Tudo começou no verão passado. Onda de calor atrás de onda de calor, e a minha casa transformou-se numa autêntica estufa.
Mesmo com o ar condicionado no máximo e três ventoinhas a funcionar, continuava a acordar pegajosa, irritada e exausta.
Cozinhar era insuportável. Trabalhar a partir de casa? Uma piada. Não conseguia concentrar-me com o suor a escorrer-me pelas costas. E a conta da luz? Era um mini ataque de pânico sempre que chegava à caixa do correio.
Experimentei de tudo. Aquela ventoinha “super cool” da grande superfície. Um aparelho de pé que parecia um avião a descolar. Até um daqueles ar condicionados portáteis com um tubo enorme que não encaixava em nenhuma das minhas janelas.
Nada funcionava. Nada durava. E o pior de tudo? Sentia que o problema era eu—como se simplesmente não conseguisse resolver aquilo.
Tudo o que experimentei só piorou o problema
A ventoinha? Só fazia o ar quente andar às voltas. O aparelho que encomendei online? Partiu-se ao fim de uma semana. Um deles chegou mesmo a deitar água pelo chão da cozinha.
Não estava só frustrada—sentia-me mesmo derrotada. Como se estivesse presa num ciclo de gastar dinheiro e continuar a sofrer com o calor.
Sem dormir. Sem paz. Só aquela sensação constante de peso no ar… e no peito.
E o pior? Toda a gente falava como se a solução fosse óbvia.
“Compra um ar condicionado”, diziam.
Pois. Como se eu já não tivesse tentado isso—duas vezes.
Eu não queria um sistema para arrefecer a casa toda. Não precisava de ar fresco no sótão ou no quarto de hóspedes.
Só queria sentir-me bem na divisão onde realmente estava.
E foi aí que tropecei em algo completamente diferente.